"Luiz Carlos Prestes entrou vivo no Panteon da História. Os séculos cantarão a 'canção de gesta' dos mil e quinhentos homens da Coluna Prestes e sua marcha de quase três anos através do Brasil. Um Carlos Prestes nos é sagrado. Ele pertence a toda a humanidade. Quem o atinge, atinge-a." (Romain Roland, 1936)
LUIZ CARLOS PRESTES NO COMÍCIO DO PACAEMBU (SP) ? 1945
O filme é de autoria de Rui Santos, que, na época era conhecido como grande fotógrafo e cinematografista. Rui Santos era membro do PCB e se transformou em seu fotógrafo oficial. O comício realizou-se em S.P., no estádio do Pacaembu, no dia 15 de julho de 1945, com a presença de mais de cem mil pessoas. Foi o segundo comício de que Prestes participou após a anistia de 18/04/1945. O primeiro teve lugar no estádio de S. Januário, no RJ e se realizou a 23/05/45. Esses dois comícios foram acontecimentos muito importantes no contexto da época, reveladores do prestígio de Prestes, dos comunistas e da URSS.
Como se pode perceber no filme, Prestes estava profundamente emocionado, pois era apenas a segunda vez que falava em público, após 9 anos incomunicável na prisão. Além disso, antes ele jamais havia tido a oportunidade de falar de público. Por isso leu seu discurso, por ele redigido de acordo com a visão e as posições dos comunistas da época. Nesse comício estiveram presentes diversas personalidades da época, inclusive o poeta chileno e comunista Pablo Neruda, que leu seu poema, escrito para aquela ocasião e intitulado ?Dicho em Pacaembu?. O poema termina com a seguinte estrofe: ?Hoy pido um gran silencio de volcanes y rios. Un gran silencio pido de tierras y varones. Pido silencio a América de la nieve a la pampa. Silencio: La palabra al Capitán del Pueblo. Silencio: Que el Brasil hablará por su boca.? Anita Leocádia Prestes