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"Luiz Carlos Prestes entrou vivo
no Panteon da História.  
Os séculos cantarão a 'canção de gesta'
dos mil e quinhentos homens da
Coluna Prestes e sua marcha de quase
três anos através do Brasil.
Um Carlos Prestes nos é sagrado.
Ele pertence a toda a humanidade.
Quem o atinge, atinge-a."

(Romain Roland, 1936)


Obama repete Johnson, Nixon e Bush





A popularidade de Obama continua em queda acelerada. No mundo em geral e nos Estados Unidos. A campanha mediática montada para apresentar o jovem presidente norte-americano como um estadista super dotado, vocacionado para superar a crise estrutural do capitalismo e abrir caminho a uma era de paz universal fracassou. O mito não resistiu ao confronto com a realidade.

Ontem, dirigindo-se aos oficiais da Academia Militar de West Point, Barack Obama tornou pública a decisão de enviar mais 30.000 soldados para o Afeganistão.

O discurso patrioteiro que ali pronunciou é uma peça oratória que traz à memória outros de Johnson e Nixon, a justificar a escalada no Vietnam, e de George W.Bush em defesa da agressão ao Iraque.
A linguagem difere, mas a intenção de enganar, a mentira consciente e a hipocrisia são muito similares.

Não houve surpresa. Sabia-se que o Presidente iria ceder às pressões do Pentágono e dos generais Petraeus e Mc Chrystal.

A dúvida estava no montante do ?reforço?. Foi a variante máxima que prevaleceu. Para Cabul vão ser enviados mais 30.000 militares estado-unidenses.

O revestimento retórico da mensagem é ridículo e farisaico.

Obama debita os estafados argumentos sobre a necessidade de transferir responsabilidades para o exército afegão, a fim de que a retirada das tropas norte-americanas e da NATO possa principiar em meados de 2011. Simula advertir ao presidente fantoche Hamid Karzai de que não tolerará mais a corrupção que devasta o país, e, como é da praxe, atribui aos talibans e à Al Quaeda a responsabilidade pela insurreição afegã.

Tudo indica que o objectivo de sensibilizar os principais aliados europeus não será atingido. A França e a Alemanha já informaram que se recusam a enviar mais tropas para a caldeira afegã. O Reino Unido confirmou que reforçará o seu contingente, mas apenas com 500 soldados. Zapatero e Sócrates, vassalos dóceis do imperialismo, comprometeram-se a enviar respectivamente mais 200 e 150. Uma meia dúzia de países fixam datas para retirar as tropas que ali mantêm.

É significativo que alguns correspondentes desmintam nas suas crónicas a visão da guerra apresentada por Obama em West Point. Segundo eles a presença dos talibans nas tribos da fronteira com o Paquistão que lutam contra americanos e britânicos é inexpressiva. Quanto à Al Quaeda, a organização terrorista de Bin Laden, é ficcional o que afirmam o Presidente e o general Mc Chrystal. Este é um oficial de extrema-direita que sugere agora aos seus soldados que estudem história e aprendam a falar pelo menos as duas línguas oficiais do Afeganistão, o dari (persa) e o pachto; cabe lembrar que o árabe é uma língua desconhecida para o povo afegão.

Até quando Barack Obama, Prémio Nobel da Paz, conseguirá manter e intensificar esta monstruosa guerra de agressão a um dos mais pobres povos do mundo, envolvendo nela uma agressão simultânea aos habitantes das províncias fronteiriças do Paquistão?

O combate a essa estratégia imperial tornou-se um dever para a humanidade progressista.

O governo Sócrates anuncia, depois hesita, em enviar mais tropas portuguesas para Cabul no início do próximo ano. O povo de Abril rejeita e não quer pactuar com esse projecto ofensivo.

OS EDITORES DE ODIARIO.INFO

 

Última atualização em Sex, 04 de Dezembro de 2009 01:01